Por: Adriana Cabrera Giglio
Quando escutamos algumas pessoas dizer: "Uma folha não cai de sua árvore se Deus não permitir!" O que elas querem dizer com isso? Querem dizer irmãos que nada acontecerá se Deus não permitir porque é ele quem está no controle de tudo e de todos, seja no mundo carnal ou no mundo espiritual.
E na Umbanda não é diferente pois nosso Pai Zambi que é Deus e nosso Pai Oxalá que é Jesus está tambem no controle de todas as coisas. Há um ponto muito lindo de caboclo que todos devem conhecer que diz: " Ele não apanha as folhas da jurema sem a ordem supre de Pai Oxalá!" É muito lindo isso e todas as linhas da nossa amada Umbanda praticam isso! Mas como assim praticam!
Os Guias meus irmãos eles vem de um mundo muito distante de nós, de um mundo aonde há muito aprendizado e luz e é o cada um deles vem fazer em terra quando estão trabalhando! Por isso os Guias e Orixás são sempre muito fiéis aos ensinamentos de nosso Pai maior e obedecem um regra, uma disciplina de dizer as coisas quando são permitidas! O que eu quero dizer com isso?? Quero dizer que por eles obedecerem e serem fiéis à esses ensinamentos eles não podem fazer ou dizer certas coisas na hora em que queremos e sim na hora em que será a hora certa em se dizer ou talvez nem dizer!
Muitos dos consulentes ou até mesmo médiuns de uma casa carregam consigo aquela pressa, aquela vontade de ter aquilo que na verdade teraõ que passar por outras experiências primeiro para se obter mas infelizmente muitos não tem a paciência necessário que atropelam as coisas.
Há ainda os que reclamam: eu acendo as velas, faço os banhos e nunca nada dá certo, nunca nada muda na minha vida! O Guia sempre que pergunto não me responde! Sabemos que não é bem assim! Há Entidades que são mais reservadas e de pouca conversa mesma, não gostam de falar muito e sim o necessário! Ms também sempre tem ser levado em conta que tudo tem a hora de acontecer e também o merecimento é fé do filho para que o que ele espera aconteça.
As pessoas tem que parar com essa ignorância de que terreiro é um lugar aonde vamos se consultar com os Guias e saimos de lá com a vida já resolvida! Isso está muito longe de acontecer! Só acontece na cabeça daqueles que não tem conhecimento de onde está indo e o que realmente vai fazer dentro de um terreiro e isso serve pra quem trabalha nos mesmos também e não só pra quem vai se consultar com eles!
As pessoas tem a insistente mania de achar que a Pomba Gira serve pra tirar o marido das outras, que o Exú é do mau, que o Caboclo, o Preto Velho, o Ogum vai te dar o emprego dos teus sonhos! Isso é ignorância! Se não é a hora e o momento de você ter e viver o que você espera não adianta ficar meia hora aos pés dos Guias implorando! E pense que você está tomando o tempo do Guia que sabe perfeitamente o que é o melhor pra você e que está esperando o próximo consulente que talvez precise mais dele do que você por motivos de saúde!
Eu uma vez fui conversar com o meu amado preto Velho Pai Benedito e foi engraçado que na hora que eu ia começar a falar de mim fechei a boca na mesma hora porque ele olhou pra mim com seu olhar sereno e me dize tudo! Então vamos parar com isso de ficar esperando o que no momento não é pra ser nosso naquela hora ou talvez em hora nenhuma pois os Guias e Pai Oxalá tem sempre nas mãos ao melhor para nos oferecer!
Saravá e uma ótima nite à todos!!!
O blog vem apresentar a nossa amada Umbanda e falarmos sobre nossos amados Guias e Orixás que trabalham na nossa Umbanda! Aqui estaremos colocando os Pontos Cantados para os nossos Guias e Orixas nos terreiros, histórias e lendas dos Orixás, pontos riscados, oferendas e publicações de outros irmãos e irmãs de fé! Meu blog trata-se de um trabalho sério sem que querer induzir ninguém e sim ensinar, levar o pouco que sei e aprendi!
terça-feira, 15 de março de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
Idolatria, fanatismo e indiferença na Umbanda: Um passo para a vaidade!
Por: Adriana Cabrera Giglio
Olá queridos irmãos e queridas irmãs boa noite e primeiramente um ótimo feriado de carnaval à todos sempre lembrando que quarta que vem começamos já o período da quaresma e como bem diz os Guias Chefes e os demais Guias do meu terreiro vamos nos cuidar bastante nesse período de 40 dias tomando nossos banhos, firmando nosso Guias e cuidando da nossa parte espiritual, física, emocional.....
Bom o assunto que me traz aqui diz respeito à idolatria, ao fanatismo e as indiferenças dentro dos terreiros de Umbanda, o que é algo que não se deve ter pois é um passo para criar em volta dos filhos uma espécie de vaidade! Infelizmente ainda existem médiuns, na maioria das vezes iniciantes e muitas vezes não iniciantes também que ainda carregam dentro de si algo como a idolatria, um fanatismo e o famoso bater no peito e dizer tudo posso quando pela primeira vez recebe a vibração do seu Guia!
Devemos sempre nos lembrar que, há diferentes formas de um Guia ir se aproximando do seu aparelho até iniciar a incorporação de fato pois antes da incorporação existe a fase das vibrações, aonde o Guia e o médium irão passar por um processo de adaptação, quando ambos com o passar do tempo e dependendo do grau de evoluçao da mediunidade vão se aproximando até finalmente surgir a terceira energia que é a incorporação!
O Pai de Santo ou Mãe de Santo tem não só o dever mas também a obrigação de sempre ensinar e esclarecer isso aos filhos, antigos ou não dentro da Umbanda! A Umbanda ela é uma espécie de círculo giratório. Como a Terra ela muda constantemente, evolui constantemente e os Guias também! Por esse motivo podemos ter 30 anos de Umbanda que mesmo assim NUNCA será o bastante para aprendermos e entendermos tudo o que ela quer nos ensinar juntamente com os Guias e Orixás!
As pessoas tem que começar a parar de querer comparar o Guia com o cavalo que o recebe! Ah o Guia de fulano é lindo então irei passar sempre com ele ou o Guia de beltrano é assim então também ele é! Isso é leigo engano! O Guia pensa de uma forma e o médium de outra tanto isso é nítido que um Guia é sempre mais evoluído do que nós médiuns pois se assim não fosse então o que vamos fazer nos terreiros senão aprender com os Guias?? Vamos fazer o que muitos vão na realidade fazer: vestir branco, colocar as guias no pescoço, receber o Guia e tchau?? Ou vamos nos doar à eles e às pessoas que os procuram e aprender mais e mais com eles?? Eu fico com a segunda opção!!!
Dentro de um terreiro não se deve existir JAMAIS preferências de um filho para outro, de um Guia para outro! Os Guias não vêm à terra perder tempo com bajulações, com picuinhas, com vangloriações! Tudo o que eles pedem é somente que os respeitamos, cuidamos e amamos eles e sejamos sempre humildes em dizer por exemplo: eu errei me desculpe! Entre eles não existe diferença então por que os filhos insistem em querer pregar a Umbanda mas não sabem ao menos como segui-lá e tampouco o que ela na verdade??
Adianta de alguma coisa colocar a mão no peito todo orgulhoso cantando os pontos se depois fora do terreiro fala mau das pessoas, critica as pessoas e não é dentro de críticas construivas e sim destrutivas?? Adianta você respeitar o Guia mas nao respeitar o cavalo dele, dizendo de vez enquando uma palavra de elogio, de carinho para com o filho ou irmão??
Todos nós queremos e precisamos ouvir palavras assim mas isso, dependendo da maneira como é colocada, acaba tornando o filho soberbo, vaidoso e indiferente como se ninguém mais soubesse nada e ele ou ela sabem já tudo!
Idolatria, fanatismo e indiferença são caminhos que levam à um único sentimento: vaidade! E vaidade com Umbanda não combina! o médium acaba encontrando um caminho tortuoso e difícil depois de se voltar!
Nunca me esqueço o que uma Entidade me dize e acho que todo mundo um dia vai ouvir isso: " Para subir leva tempo mas para cair é em uma queda só!" É a mas pura verdade! O que demoramos anos para conseguir se não nos disciplinarmos perderemos em segundos!
Medium é médium, Entidade é Entidade e ponto!
Abraços fraternos à todos!!!
Olá queridos irmãos e queridas irmãs boa noite e primeiramente um ótimo feriado de carnaval à todos sempre lembrando que quarta que vem começamos já o período da quaresma e como bem diz os Guias Chefes e os demais Guias do meu terreiro vamos nos cuidar bastante nesse período de 40 dias tomando nossos banhos, firmando nosso Guias e cuidando da nossa parte espiritual, física, emocional.....
Bom o assunto que me traz aqui diz respeito à idolatria, ao fanatismo e as indiferenças dentro dos terreiros de Umbanda, o que é algo que não se deve ter pois é um passo para criar em volta dos filhos uma espécie de vaidade! Infelizmente ainda existem médiuns, na maioria das vezes iniciantes e muitas vezes não iniciantes também que ainda carregam dentro de si algo como a idolatria, um fanatismo e o famoso bater no peito e dizer tudo posso quando pela primeira vez recebe a vibração do seu Guia!
Devemos sempre nos lembrar que, há diferentes formas de um Guia ir se aproximando do seu aparelho até iniciar a incorporação de fato pois antes da incorporação existe a fase das vibrações, aonde o Guia e o médium irão passar por um processo de adaptação, quando ambos com o passar do tempo e dependendo do grau de evoluçao da mediunidade vão se aproximando até finalmente surgir a terceira energia que é a incorporação!
O Pai de Santo ou Mãe de Santo tem não só o dever mas também a obrigação de sempre ensinar e esclarecer isso aos filhos, antigos ou não dentro da Umbanda! A Umbanda ela é uma espécie de círculo giratório. Como a Terra ela muda constantemente, evolui constantemente e os Guias também! Por esse motivo podemos ter 30 anos de Umbanda que mesmo assim NUNCA será o bastante para aprendermos e entendermos tudo o que ela quer nos ensinar juntamente com os Guias e Orixás!
As pessoas tem que começar a parar de querer comparar o Guia com o cavalo que o recebe! Ah o Guia de fulano é lindo então irei passar sempre com ele ou o Guia de beltrano é assim então também ele é! Isso é leigo engano! O Guia pensa de uma forma e o médium de outra tanto isso é nítido que um Guia é sempre mais evoluído do que nós médiuns pois se assim não fosse então o que vamos fazer nos terreiros senão aprender com os Guias?? Vamos fazer o que muitos vão na realidade fazer: vestir branco, colocar as guias no pescoço, receber o Guia e tchau?? Ou vamos nos doar à eles e às pessoas que os procuram e aprender mais e mais com eles?? Eu fico com a segunda opção!!!
Dentro de um terreiro não se deve existir JAMAIS preferências de um filho para outro, de um Guia para outro! Os Guias não vêm à terra perder tempo com bajulações, com picuinhas, com vangloriações! Tudo o que eles pedem é somente que os respeitamos, cuidamos e amamos eles e sejamos sempre humildes em dizer por exemplo: eu errei me desculpe! Entre eles não existe diferença então por que os filhos insistem em querer pregar a Umbanda mas não sabem ao menos como segui-lá e tampouco o que ela na verdade??
Adianta de alguma coisa colocar a mão no peito todo orgulhoso cantando os pontos se depois fora do terreiro fala mau das pessoas, critica as pessoas e não é dentro de críticas construivas e sim destrutivas?? Adianta você respeitar o Guia mas nao respeitar o cavalo dele, dizendo de vez enquando uma palavra de elogio, de carinho para com o filho ou irmão??
Todos nós queremos e precisamos ouvir palavras assim mas isso, dependendo da maneira como é colocada, acaba tornando o filho soberbo, vaidoso e indiferente como se ninguém mais soubesse nada e ele ou ela sabem já tudo!
Idolatria, fanatismo e indiferença são caminhos que levam à um único sentimento: vaidade! E vaidade com Umbanda não combina! o médium acaba encontrando um caminho tortuoso e difícil depois de se voltar!
Nunca me esqueço o que uma Entidade me dize e acho que todo mundo um dia vai ouvir isso: " Para subir leva tempo mas para cair é em uma queda só!" É a mas pura verdade! O que demoramos anos para conseguir se não nos disciplinarmos perderemos em segundos!
Medium é médium, Entidade é Entidade e ponto!
Abraços fraternos à todos!!!
Sete Linhas de Umbanda – Estudo Histórico
Para quem gosta de estudar, coloco a disposição de todos, esta que é a ultima atualização,
deste Estudo Histórico sobre As Sete Linhas de Umbanda, que venho preparando a algum tempo.
Sete Linhas de Umbanda – Estudo Histórico
Por Alexandre Cumino
Se é preciso que eu tenha um nome,
Me chame de Caboclo das Sete Encruzilhadas,
Porque não haverão caminhos fechados para mim!
Com estas palavras, no dia 15 de Novembro de 1908, se apresentou a entidade que, por meio de Zélio de Moraes, fundaria a Umbanda no Brasil.
Desde então o número sete tem sido fundamental para entender a religião, de tal maneira que surge uma classificação, chamada de Sete Linhas de Umbanda, onde acomodam-se Orixás, Santos, Anjos Arcanjos e Entidades Espirituais, relacionando-se com cores, pedras, ervas, dias da semana, notas musicais e o que mais puder agrupar nesta escala.
Sete Linhas de Umbanda já foi um tema muito polêmico pois cada autor umbandista apresentava sua visão particular sobre quais e “quantas” seriam estas linhas.
Alguns foram inspirados e originais em suas versões, outros simplesmente adaptaram novos elementos ao que já existia sobre o assunto.
Podemos dizer que a origem das Sete Linhas de Umbanda está em Deus, no Setenário Sagrado ou Coroa Divina. No entanto é do interesse de todos nós, umbandistas, um resgate cultural e histórico desta questão “Sete Linhas de Umbanda”.
Zélio não deixou nada escrito, mas, teve filhos e discípulos, se posso assim dizer, que falaram e falam sobre a forma como entendia as Sete Linhas de Umbanda.
O primeiro livro de Umbanda, que se tem noticia, publicado em 1933, chama-se O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda. Escrito por Leal de Souza, médium preparado por Zélio de Moraes, nos apresenta as Sete Linhas de Umbanda desta forma:
1ª Linha de Oxalá – Jesus – branco
2ª Linha de Ogun – São Jorge – vermelho
3ª Linha de Euxoce – São Sebastião – verde
4ª Linha de Xangô – São Jeronymo – roxo
5ª Linha de Nhá-San – Santa Bárbara - amarela
6ª Linha de Amanjar – N. S. da Conceição – azul
7ª Linha de Santo
Na explicação de Leal de Souza, a Linha Branca de Umbanda é que se divide nestas Sete Linhas e que além da Linha Branca há a Linha Negra formada pelos Exus e que é tratada a parte. A Sétima Linha é formada por espíritos egressos da Linha Negra e que trabalham principalmente no campo da demanda, de cortar trabalhos de Magia Negra.
Em conversa com Dona Lygia Cunha, Filha de Dona Zilméia de Moraes Cunha, neta de Zélio de Moraes e atual dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, nos afirmou que as Sete Linhas de Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas e Zélio de Moraes, são:
Oxalá – Branco
Ogum - Vermelho
Oxossi - Verde
Xangô – Marrom ou Roxo
Yemanjá – Azul Claro
Iansã - Amarelo
Exu - Preto
O que se aproxima muito da leitura de Leal de Souza, na qual se inverte a posição de Iansã e Yemanjá, definindo a Linha de Santo agora como a Linha de Exu.
Em 1941 se realizou o “Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, onde foi apresentado um trabalho com o titulo:
“INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA”
“Memória apresentada pela Cabana de Pai Thomé do Senhor do Bomfim, na sessão do 26 de Outubro de 1941, pelo seu Delegado Sr. Josué Mendes.”
Neste trabalho é apresentado um esquema da seguinte forma:
“A LINHA BRANCA DE UMBANDA E A SUA IERARQUIA”
“Os 7 Pontos da Linha Branca de Umbanda”
1° Grau de iniciação, ou seja o 1° Ponto – ALMAS
2° Grau de iniciação, ou seja o 2° Ponto – XANGÔ
3° Grau de iniciação, ou seja o 3° Ponto – OGUM
4° Grau de iniciação, ou seja o 4° Ponto – NHÃSSAN
5° Grau de iniciação, ou seja o 5° Ponto – EUXOCE
6° Grau de iniciação, ou seja o 6° Ponto – YEMANJÁ
7° Grau de iniciação, ou seja o 7° Ponto – OXALÁ
São as mesmas Sete Linhas de Umbanda que aparece na obra de Leal de Souza, apenas em posições diferentes.
Pai Ronaldo Linares, que também conviveu com Zélio de Moraes, apresenta as Sete Linhas de Umbanda, fundamentado nos ensinamentos que recebeu do “Pai da Umbanda”. E afirma que “Zélio de Moraes esclareceu que destas Tendas originárias da Tenda Nossa Senhora da Piedade deveriam nascer as Sete Linhas de Umbanda e que seriam representadas por sete cores.”[1] A saber:
“A primeira linha é caracterizada pela cor amarelo ouro bem clarinho e que seria a cor da Tenda de Santa Bárbara. O Orixá correspondente é INHAÇÃ...”
“A segunda linha é caracterizada pela cor rosa, correspondente a Tenda Cosme e Damião... O Orixá correspondente é IBEJI...”
“A terceira linha é caracterizada pela cor azul. Com vários Santos Católicos sincretizados com ela, a saber: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora da Guia. O Orixá que corresponde é IEMANJÁ...”
“A quarta linha é caracterizada pela cor verde, representando a Tenda São Sebastião... O Orixá correspondente é OXOSSE...”
“A quinta linha é caracterizada pela cor vermelho, representando a Tenda São Jorge. O orixá correspondente é OGUM.”
“A sexta linha é caracterizada pela cor marrom, representando a Tenda São Jerônimo. Seu Orixá correspondente é XANGÔ...”
“A sétima linha é caracterizada pela cor violeta ou roxo, corresponde a Tenda de San’Ana... O Orixá correspondente é NANÃ...”
“Finalmente temos a cor negra, corresponde a Tenda de São Lázaro (Nas Palavras de Ronaldo Linares). É a ausência da cor e da luz da vida. Zélio de Moraes explica que as cores branco e preto não fazem parte das sete linhas, pois o branco que é a presença da luz, existe em todas elas e o negro, que é justamente a ausência da luz, está justamente na ausência delas... O Santo Católico São Lázaro é sincretizado com o Orixá ABALUAÊ ou OMULU... Este Orixá é conhecido ainda pelos nomes de XAPANÃ, ATOTÕ, e BABALÚ. ”
“O Orixá maior da Umbanda é OXALÁ... o Chefe para o qual convergem todas as linhas, assim perfeitamente identificado na invocação com Jesus Cristo.”
Pai Ronaldo Linares, pessoalmente, me falou já por diversas vezes que em conversa com Zélio de Moraes sobre as Sete Linhas de Umbanda, este teria lhe afirmado que ninguém havia entendido o que são estas Sete Linhas. E para defini-las afirmou que as mesmas podem ser entendidas em analogia com uma luz branca que ao passar por um prisma se decompõe em sete cores do outro lado. O que em nossa limitada visão se amolda perfeitamente na idéia de que Sete Linhas São Sete Vibrações da Luz Divina que se adapta ou se amolda as concepções mais variadas a cerca de nomes e formas de compreende-las; seja por meio de Cores, Anjos, Santos, Orixás ou Tronos de Deus.
Lourenço Braga, em 1942, publica o título “UMBANDA (magia branca) e QUIMBANDA (magia negra)” , apresentando pela primeira vez mais sete subdivisões para cada uma das linha. São Sete Linhas e quarenta e nove Legiões. Nas primeiras páginas ele esclarece:
“Trabalho apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo, denominado Lei de Umbanda, realizado nesta cidade do Rio de Janeiro, entre 18 e 26 de outubro de 1941”
“Instado e auxiliado pelos guias espirituais, mercê de deus, resolvi escrever o presente livro sobre a Lei de Umbanda - (Magia Branca) – e sobre a Lei de Quimbanda – (Magia Negra).”
Capitulo II
“A LEI DE UMBANDA E A LEI DA QUINBANDA”
“Não se deve dizer – “Linha de Umbanda” - , mas sim, - “Lei de Umbanda” - ; Linhas são as 7 divisões de Umbanda.”
1ª Linha de Santo ou de Oxalá – dirigida por Jesus Cristo
2ª Linha de Iemanjá – dirigida pela Virgem Maria
3ª Linha do Oriente – dirigida por São João Batista
4ª Linha de Oxóce – dirigida por São Sebastião
5ª Linha de Xangô – dirigida por São Jerônimo
6ª Linha de Ogum – dirigida por São Jorge
7ª Linha Africana ou de São Cipriano – dirigida por São Cipriano
Aqui vemos que o autor coloca suas sete linhas muito próximas das sete linhas de Leal de Souza, que será o grande modelo copiado, alterado e adaptado pela maioria dos autores posteriores. Lourenço Braga mudou a “Linha de Nha-San” por “Linha do Oriente” e definiu a “Linha de Santo” como “Linha Africana”.
Também apresenta o autor as Sete Linhas da Quimbanda:
Linha das Almas
Linha dos Caveiras
Linha de Nagô
Linha de Malei
Linha de Mossurubi
Linha dos Caboclos Quimbandeiros
Linha Mista
Em 1955 o mesmo Lourenço Braga publica “UMBANDA E QUIMBANDA – VOLUME 2”, onde ele mesmo admite que: “venho agora, embora contraditando alguma coisa do que eu já havia escrito, levantar a ponta do véu mais um pouco”, completando na outra página, “Os brasileiros crentes de UMBANDA, em virtude da mentalidade implantada pelo catolicismo, procuraram dar aos ORIXÁS, chefes das 7 linhas , nomes de entidades cultuadas na Religião Católica”... “A verdade, porém, é que os ORIXÁS SUPREMOS, Chefes dessas linhas, em correspondência com os planetas e as cores, são os 7 arcanjos, os quais, mantém, entidades evoluídas, chefiando essas linhas, obedientes às suas ordens diretas, as quais nada têm a ver com os santos do Catolicismo...”
Ficando assim:
Linha de Oxalá ou das Almas – Jesus – Jupter – Roxo
Linha de Yemanjá ou das Águas – Gabriel – Vênus – Azul
Linha do Oriente ou da Sabedoria – Rafael – Urano – Rosa
Linha de Oxoce ou dos Vegetais – Zadiel – Mercúrio – Verde
Linha de Xangô ou dos Minerais – Orifiel – Saturno – Amarelo
Linha de Ogum ou das Demandas – samael – Marte – Vermelho
Linha dos Mistérios ou Encantamentos – Anael – Netuno – Laranja
A Novidade na obra de Lourenço Braga é apresentar Sete Subdivisões para cada uma das Sete Linhas de Umbanda, veja de forma detalhada no anexo ao final do texto.
Maria Toledo Palmer autora de Chave de Umbanda, 1949, e A Nova Lei Espírita de Jesus, 1953, recebeu em 1948 ordens do astral para fundar na terra “A Nova Lei Espírita: Jesus a Chave de Umbanda”. Apresenta as Sete Linhas das Sete Leis de “Jesus, A Chave de Umbanda”:
Céu
Terra
Água
Fogo
Mata
Mar
Almas
Oliveira Magno autor dos livros Umbanda Esotérica e Iniciática, 1950, e Umbanda e Ocultismo, 1952, reconhece Leal de Souza como o primeiro autor de Umbanda, apresenta por sua vez as Sete linhas de Umbanda desta forma:
Oxalá,
Iemanjá,
Ogum,
Oxosse,
Xangô,
Oxum e
Omulu
Observe que com relação as linhas de Leal de Souza, trocou apenas Nha-San por Oxum e Linha das Almas por Omulu.
Aluizio Fontenele, 1951, adotou ao pé da letra as sete linhas de Lourenço Braga, sua inovação foi a de associar os nomes de Exus aos nomes dos “demônios” da Magia Negativa (“Magia Negra” ou Goécia) Européia. Começando um processo de demonização interna dos Exus de Umbanda.
Yokaanam publica em 1951º Evangelho de Umbanda obra polêmica, apresenta as Sete Linhas de Lourenço Braga e critica dizendo: “Eis o que os africanistas apresentam como ‘UMBANDA’! Mera confusão!”. Apresenta 7 Legiões que tem como patronos 7 “Orixalás”. Acima delas está o Paraninfo ou Patrono de Honra: Jesus – “Oxalá” e abaixo como segue:
1ª S. João Batista – “Xangô-Kaô” (Xangô maior), Rosa.
2ª Santa Catarina de Alexandria – “Yanci”, Azul.
3ª Custódio – Cosme e Damião – “Ibejês”, Branco.
4ª S. Sebastião – “Oxóce”, Verde.
5ª S. Jorge – “Ogum”, Vermelho Escarlate.
6ª S. Jerônimo – “Xangô”, Roxo Violeta.
7ª S. Lázaro – “Ogum de Lei”
O autor faz algumas observações, afirma que a Legião de Santa Catarina – “Yanci” – era antes de N.S. da Conceição – “Yemanjá” que passou o comando para sua “legitima substituta”. Também observa que S.Lázaro de modo algum pode ser confundido com “Omulu”, que na opinião dele é “rei da destruição, caveira, espírito do cemitério”.
Para cada uma destas “Legiões” o autor apresenta seus correspondentes “Chefes de Falange” (Orixás), Guias-Chefes (Pequenos Orixás – Chefes de Divisões), Guias (Chefes de Grupos) e Guias Individuais.
Por Exemplo:
Legião de São Jorge – “Ogum” – (Patrono)
Chefes de Falanges – “Orixás” - : Caboclo Águia Branca – Ogum Mearim – Ogum Guerreiro – Ogum da Cruzada – Ogum Rei – Ogum do Oriente – Ogum do Mar – Ogum da Estrela – Ogum Menor – Ogum Mensageiro – Ogum do Hymalaia – Ogum do Deserto – Ogum da Campina – etc.
Guias Chefes: Ogum Rompe Mato – Sete Flexas – Caboclo Pena Vermelha – Caboclo Ipê – Caboclo Araxá – Caboclo Nanzan – Caboclo Pena Branca – Caboclo Mirim – Ogum da Lua – Ogum Megê – Ogum da Mata – Ogum Yara – Ogum Beira Mar – Ogum da Montanha – Ogum Sete Cachoeiras – Ogum Cavaleiro – Ogum do Congo – Ogum da Lagoa – Ogum da Angola – etc.
Guias: Caboclo Miramar – Caboclo Sete Caminhos – Caboclo Gurupí – Caboclo Vigilante – Caboclo da Lua – Caboclo Flexa de Ouro – Caboclo das Sete Espadas – Caboclo Tietê – Caboclo Araçá – Caboclo Rio Negro – Caboclo Tupiniquim – Caboclo Tupiára – Caboclo Tocantíns – Caboclo Solimões – Caboclo Araraquara – Caboclo Pirajá – Caboclo Paraguaçu – Caboclo Jaguaribe – etc.
Florisbela M. Souza Franco autora de dois títulos conhecidos, UMBANDA, 1953 e Umbanda para os Médiuns, 1958. No primeiro apresenta as Sete Linhas de Umbanda abaixo:
Linha de Santo
Linhas do Mar
Linha Oriental
Linha de Oxosse
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha Africana
Benjamim Figueiredo, fundador da Tenda Espírita Mirim, 1924, e Primado de Umbanda 1952. Apresentou sua forma de entender as Sete Linhas de Umbanda, inspirada pelo Caboclo Mirim, registrado em suas apostilas “Umbanda – Escola da Vida” bem como publicada em 1961 no livro Okê Caboclo, como segue abaixo:
Oxalá,
Ogum,
Oxosssi,
Xangô,
Ybeji,
Yofá e
Yemanjá.
W. W. da Matta e Silva, em 1956 publica seu primeiro titulo “Umbanda de Todos Nós”, onde apresenta sua versão para as Sete Linhas de Umbanda, acredita-se que Da Mata tenha sido profundamente influenciado pelos estudos Esotéricos realizados na Tenda Espirita Mirim, no Primado de Umbanda e dos demais grupos em que Benjamim também freqüentou. Da Matta faz surgir em sua obra os conceitos de AUMBANDÃ, apresentados pela Tenda Mirim no Primeiro Congresso de Umbanda, 1941, e traz as Sete Linhas de Umbanda iguais as do Benjamim/Caboclo Mirim, com o detalhe de que aqui Ybeji aparece como Yori e Yofá como Yorimá:
1ª Vibração Original ou Linha de Orixalá
2ª Vibração Original ou Linha de Yemanjá
3ª Vibração Original ou Linha de Xangô
4ª Vibração Original ou Linha de Ogum
5ª Vibração Original ou Linha de Oxossi
6ª Vibração Original ou Linha de Yori
7ª Vibração Original ou Linha de Yorimá
Embora guarde semelhanças o autor critica as Sete Linhas de Lourenço Braga, assim como Yokaanam. Este autor não costumava citar suas fontes de forma adequada, como boa parte dos demais autores umbandistas, como observamos na teoria do AUMBANDÃ.
Em suas Sete Linhas, Matta e Silva, a exemplo de Lourenço Braga apresenta sete subdivisões para cada linha e rebaixa Oxum, Iansã e Nanã Buroque ao grau de Caboclas de Yemanjá, o que já havia sido feito, em parte por Lourenço Braga.
Rubens Saraceni apresenta as Sete Linhas de Umbanda como “As Sete Vibrações de Deus”, afirmando que:
“Deus se manifesta de forma Sétupla nesta realidade humana.”
“As Sete Linhas têm origem em Deus através do Setenário Sagrado.”
“Cada um pode dar o nome que quiser, associar as Sete Linhas a Sete Orixás, Sete Santos ou a Sete Anjos, cada um fala de uma forma diferente, o que ninguém pode negar é que as Sete Linhas de Umbanda são as Sete Vibrações de Deus, que se manifesta em Sete Essências, Sete Elementos e em tudo o mais que Deus Criou.”
Explica que existem muitos Orixás, todos podem ser identificados ou associados às Linhas de Umbanda, no entanto a Criação Divina se estabelece por meio de uma Coroa Divina em que Sete Tronos Originais se manifestam através de Quatorze Tronos que se agrupam em Sete Masculinos e Sete Femininos correspondentes a Quatorze Orixás, dentro das Sete Vibrações, Essências, Sentidos e Elementos correspondentes:
1ª Linha, Sentido da Fé e Elemento Cristalino: Orixás Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo)
2ª Linha, Sentido do Amor e Elemento Mineral: Orixás Oxum e Oxumaré
3ª Linha, Sentido do Conhecimento e Elemento Vegetal: Orixás Oxossi e Obá
4ª Linha, Sentido da Justiça e Elemento Fogo: Orixás Xangô e Iansã
5ª Linha, Sentido da Lei e Elemento Ar: Orixás Ogum e Egunitá
6ª Linha, Sentido da Evolução e Elemento Terra: Orixás Obaluayê e Nanã Buroquê
7ª Linha, Sentido da Geração e Elemento Água: Orixás Yemanjá e Omulú
Há ainda outros Orixás que mesmo que não estejam aqui se agrupam da mesma forma. Por exemplo, junto de Oxossi estão os outros Orixás Vegetais como Ossaim, Aroni e Logunedé. Junto de Omulu está Iku (a morte). Junto de Oxalá está Oxaguiã, Oxalufã, Obatalá, Orumilá-Ifá e etc.
Cada Orixá Maior comanda 7 Orixás Intermediários e cada um destes comandam mais 7 Intermediadores ou regentes de nível, abaixo destes estão todos os outros Orixás Naturais, Encantados e Caboclos que se manifestam na vibração deste ou daquele Orixá.
Ao expor este estudo, histórico e literário, dos conceitos, apresentados por autores umbandistas, sobre as “Sete Linhas de Umbanda”, tenho como objetivo, única e exclusivamente, oferecer material para o estudo e / ou observação do que já se falou sobre o assunto.
Através deste estudo podemos comprovar as diferentes formas em que as Sete Linhas de Umbanda vem sendo apresentada desde sua origem, os livros das décadas de 40 e 50 são pouco acessíveis. Encontramos entre os autores deste período, pessoas que se dedicaram e muito na intenção de entender e abordar os conceitos teológicos, doutrinários e ritualísticos da Religião de Umbanda, mesmo sem uma bibliografia sólida.
Não tenho como objetivo apontar este ou aquele autor em graus de acerto ou erro, mas apenas mostrar o que alguns autores pensaram sobre 7 Linhas da Umbanda.
Aos que tiveram a paciência de ler até aqui, agradeço e parabenizo pelo interesse em entender um pouco mais sobre a Religião de Umbanda, Alexandre Cumino.
Anexo:
As Sete Linhas de Umbanda de Lourenço Braga.
O autor Lourenço Braga é o primeiro a identificar, além das Sete Linhas, também, as “Legiões” ou subdivisões de cada uma das Sete Linhas. Embora Leal de Souza já tive-se comentado que as linhas tinham subdivisões não as identificava. Leal de Souza também citava Entidades Orientais, mas não identificava como “Linha do Oriente”, o que será um diferencial na forma de interpretar as Sete Linhas, na visão de Lourenço Braga.
Título Umbanda e Quimbanda - 1942
Na página 9 deste livro encontramos:
Capitulo I
DIVISÃO DO ESPIRITISMO
“Devemos dividir o Espiritismo, como ele é, na verdade, em três partes, a saber:
Lei de Kardec:
_ Espiritismo doutrinário, filosófico e científico.
Lei de Umbanda:
_ Espiritismo – Magia Branca.
Lei de Quimbanda:
Espiritismo _ Magia Negra.”
Faz ainda uma observação no:
A LINHA DE SANTO OU DE OXALÁ
A linha de Santo ou de Oxalá é constituída por espíritos de várias raças terrenas, entre eles, os pretos de Minas, pretos da Bahia, padres, frades, freiras e espíritos que, quando na Terra, tiveram grande sentimento católico.
Os chefes das Legiões e das grandes falanges são espíritos conhecidos no catolicismo com o nome de Santos, tais como sejam:
1. Legião de Santo Antônio
2. Legião de São Cosme e São Damião
3. Legião de Santa Rita
4. Legião de Santa Catarina
5. Legião de Santo Expedito
6. Legião de São Benedito
7. Legião de Simirômba (Frade) São Francisco de Assis
As falanges grandes e pequenas de espíritos desta Linha, infiltram-se entre as Linhas da Lei de Quimbanda com o propósito de diminuir a intensidade do mal por eles praticado e hàbilmente arrastá-los para a prática do bem e por este motivo, verificamos muitas vezes, nos trabalhos de Magia Branca aparecerem elementos ou falanges da Magia Negra e vice-versa.
A LINHA DE IEMANJÁ
A Linha de Iemanjá chefiada por Santa Maria, mãe de Jesus Cristo, é constituída da seguinte forma:
1. Legião das Sereias – Chefe Axún ou Oxún
2. Legião das Ondinas – Chefe Naná ou Nana Burucú
3. Legião das Caboclas do Mar – Chefe Indaiá
4. Legião das Caboclas dos Rios – Chefe Iara
5. Legião dos Marinheiros – Chefe Tarimá
6. Legião dos Calunguinhas – Chefe Calunguinha
7. Legião da Estrela Guia – Chefe Maria Madalena
A missão dessas falanges é proteger os marinheiros, fazer as lavagens fluidificas dos diferentes ambientes, de encaminhar no espaço os irmãos que desejarem progredir, amparar na Terra, em geral, as criaturas do sexo feminino e de desmanchar os trabalhos da Magia Negra feitos no mar ou nos rios e de fazer trabalhos para o bem, em prol daqueles que de tal necessitarem.
A LINHA DO ORIENTE
A Linha do Oriente que é chefiada por São João Batista, é constituída pelas seguintes Legiões:
1. Legião dos Indús – Chefiada por Zartú
2. Legião de Médicos e Cientistas – Chefiada por José de Arimatéia e bafejada pelo Arcanjo Rafael
3. Legião de Árabes e Marroquinos – Chefiada por Jimbaruê
4. Legião de Japoneses, Chineses – Chefiada por Ori do Oriente
5. Legião dos Egipcianos, Aztecas, Mongóis e Esquimós, Incas e outras raças antigas – Chefiadas por Inhoarairi, Imperador Inca antes de Cristo
6. Legião dos Índios Caraíbas – Chefiadas por Itaraiaci
7. Legião dos Gauleses, Romanos e outras raças européias – Chefiada por Marcus I – Imperador Romano.
São falanges de caridade; são incumbidas de desvendar aos habitantes da Terra coisas para eles desconhecidas; são os grandes mestres do ocultismo (Esoterismo – Cartomancia – Quiromancia – Astrologia – Numerologia – Grafologia – etc.) – Magia Mental e Alta Magia.
A LINHA DE OXÓCE
A Linha de Oxóce, chefiada por São Sebastião, é constituída por legiões de espíritos com a forma de caboclos e assim temos:
1. Legião de Urubatão
2. Legião de Araribóia
3. Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas
4. Legião dos Peles Vermelhas – Águia Branca
5. Legião dos Tamoios – Grajaúna
6. Legião da Cabocla Jurema
7. Legião dos Guaranis – Araúna.
São falanges de caridade, doutrinam os irmãos sofredores, desmancham trabalhos de magia Negra, fazem curas, aplicam a medicina hervanária, dão passes, etc.
A LINHA DE XANGÔ
A Linha de Xangô, São Jerônimo, por ele mesmo chefiada, é a Linha da Justiça. Esta Linha é composta das seguintes Legiões:
1. Legião de Inhasã
2. Legião do Caboclo do Sol e da Lua
3. Legião do Caboclo da Pedra Branca
4. Legião do Caboclo do Vento
5. Legião do Caboclo das Cachoeiras
6. Legião do Caboclo Treme-Terra
7. Legião dos Pretos – Quenguelê.
É o povo da caridade e da justiça, dá a quem merece, pune com justiça, ampara os humildes, eleva os humilhados, desmancha trabalhos fortes de Magia Negra, etc.
LINHA DE OGUM
A Linha de Ogum, São Jorge, é dividida em sete Legiões, cujos chefes têm o nome de Ogum, seguido de um sobre nome especial; assim temos:
1. Ogum Beira-Mar
2. Ogum Rompe-Mato
3. Ogum Iara
4. Ogum Megê
5. Ogum Naruê
6. Ogum de Malei
7. Ogum de Nagô
Esta é a Linha dos grandes trabalhos de demanda, exerce grande predomínio sobre os quimbandeiros e age em vários setores, conforme o nome deles indica. Ogum Beira-Mar nas praias; Ogum Iara nos Rios; Ogum Rompe-Mato nas matas; Ogum Megê, sobre a Linha das Almas; Ogum de Malei, sobre a Linha de malei, - povo de Erú (Exu?); Ogum de Nagô, sôbre a Linha de Nagô – povo de Ganga.
LINHA AFRICANA OU DE SÃO CIPRIANO
Linha Africana da Lei de Umbanda é composta de espíritos de pretos de várias raças, como sejam:
1. Legião do Povo da Costa – Pai Cabida (Cabinda?)
2. Legião do Povo do Congo – Rei do Congo
3. Legião do Povo de Angola – Pai José
4. Legião do Povo de Benguela – Pai Benguela
5. Legião de Moçambique – Pai Jerônimo
6. Legião do Povo de Loanda – Pai Francisco
7. Legião do Povo de Guiné – Zun-Guiné
São os grandes feiticeiros de Umbanda, fazem importantes trabalhos de Magia, usando todos os rituais, porém com o fito de fazer o bem. Os componentes dessa falange infiltram-se com grande facilidade entre os quimbandeiros, causando muitas vezes confusão aos filhos da Terra.
Os espíritos desta Linha gostam muito de conversar com os filhos da Terra e nessas ocasiões costumam dizer Umbanda tem fundamento e fundamento de Umbanda tem Mironga.
Neste mesmo Livro, “Umbanda e Quimbanda”, Lourenço Braga define a “LEI DE QUIMBANDA E AS SUAS SETE LINHAS”.
O próprio Lourenço Braga fez alterações em suas Sete Linhas ao longo do tempo, ao que podemos concluir que nem Lourenço Braga concorda com Lourenço Braga, quando comparamos “Umbanda e Quimbanda” Volume 1 com o Volume 2. Abaixo algumas novidades que aparecem no volume 2:
“O Sol exerce influencia sobre os 7 planetas e a lua recebe influencia dos 7 planetas”
Cita ainda o autor que: “A Linha de Oxalá ou das Almas, chefiada indiretamente por São Miguel e diretamente por Jesus, possue 7 Legiões chefiadas por um Anjo (Lilazio)” onde surgem 7 anjos identificados por cores, atuando junto dos chefes de cada linha, a saber:
1. Jesus – Anjo Lilazio – Luz roxo claro brilhante
2. Gabriel – Anjo Luzanil – Luz azul claro brilhante
3. Rafael – Anjo Rosânio – Luz rosa claro brilhante
4. Zadiel – Anjo Ismera – Luz verde claro brilhantel
5. Orifiel – Anjo Auridio – Luz ouro claro brilhante
6. Samael – Anjo Rubrion – Luz vermelho claro brilhante
7. Anael – Anjo Ilirium – Luz branca brilhante
Agora a Linha de Oxalá se subdivide em 7 Legiões de Anjos conforme abaixo está:
1. Legião do Anjo Efrohim – na Ásia
2. Legião do Anjo Eleusim – na Índia
3. Legião do Anjo Ibrahim – na África
4. Legião do Anjo Ezekiel – na Europa
5. Legião do Anjo Ismaiel – no Brasil
6. Legião do Anjo Zumalah – na Quimbanda
deste Estudo Histórico sobre As Sete Linhas de Umbanda, que venho preparando a algum tempo.
Sete Linhas de Umbanda – Estudo Histórico
Por Alexandre Cumino
Se é preciso que eu tenha um nome,
Me chame de Caboclo das Sete Encruzilhadas,
Porque não haverão caminhos fechados para mim!
Com estas palavras, no dia 15 de Novembro de 1908, se apresentou a entidade que, por meio de Zélio de Moraes, fundaria a Umbanda no Brasil.
Desde então o número sete tem sido fundamental para entender a religião, de tal maneira que surge uma classificação, chamada de Sete Linhas de Umbanda, onde acomodam-se Orixás, Santos, Anjos Arcanjos e Entidades Espirituais, relacionando-se com cores, pedras, ervas, dias da semana, notas musicais e o que mais puder agrupar nesta escala.
Sete Linhas de Umbanda já foi um tema muito polêmico pois cada autor umbandista apresentava sua visão particular sobre quais e “quantas” seriam estas linhas.
Alguns foram inspirados e originais em suas versões, outros simplesmente adaptaram novos elementos ao que já existia sobre o assunto.
Podemos dizer que a origem das Sete Linhas de Umbanda está em Deus, no Setenário Sagrado ou Coroa Divina. No entanto é do interesse de todos nós, umbandistas, um resgate cultural e histórico desta questão “Sete Linhas de Umbanda”.
Zélio não deixou nada escrito, mas, teve filhos e discípulos, se posso assim dizer, que falaram e falam sobre a forma como entendia as Sete Linhas de Umbanda.
O primeiro livro de Umbanda, que se tem noticia, publicado em 1933, chama-se O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda. Escrito por Leal de Souza, médium preparado por Zélio de Moraes, nos apresenta as Sete Linhas de Umbanda desta forma:
1ª Linha de Oxalá – Jesus – branco
2ª Linha de Ogun – São Jorge – vermelho
3ª Linha de Euxoce – São Sebastião – verde
4ª Linha de Xangô – São Jeronymo – roxo
5ª Linha de Nhá-San – Santa Bárbara - amarela
6ª Linha de Amanjar – N. S. da Conceição – azul
7ª Linha de Santo
Na explicação de Leal de Souza, a Linha Branca de Umbanda é que se divide nestas Sete Linhas e que além da Linha Branca há a Linha Negra formada pelos Exus e que é tratada a parte. A Sétima Linha é formada por espíritos egressos da Linha Negra e que trabalham principalmente no campo da demanda, de cortar trabalhos de Magia Negra.
Em conversa com Dona Lygia Cunha, Filha de Dona Zilméia de Moraes Cunha, neta de Zélio de Moraes e atual dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, nos afirmou que as Sete Linhas de Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas e Zélio de Moraes, são:
Oxalá – Branco
Ogum - Vermelho
Oxossi - Verde
Xangô – Marrom ou Roxo
Yemanjá – Azul Claro
Iansã - Amarelo
Exu - Preto
O que se aproxima muito da leitura de Leal de Souza, na qual se inverte a posição de Iansã e Yemanjá, definindo a Linha de Santo agora como a Linha de Exu.
Em 1941 se realizou o “Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, onde foi apresentado um trabalho com o titulo:
“INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA”
“Memória apresentada pela Cabana de Pai Thomé do Senhor do Bomfim, na sessão do 26 de Outubro de 1941, pelo seu Delegado Sr. Josué Mendes.”
Neste trabalho é apresentado um esquema da seguinte forma:
“A LINHA BRANCA DE UMBANDA E A SUA IERARQUIA”
“Os 7 Pontos da Linha Branca de Umbanda”
1° Grau de iniciação, ou seja o 1° Ponto – ALMAS
2° Grau de iniciação, ou seja o 2° Ponto – XANGÔ
3° Grau de iniciação, ou seja o 3° Ponto – OGUM
4° Grau de iniciação, ou seja o 4° Ponto – NHÃSSAN
5° Grau de iniciação, ou seja o 5° Ponto – EUXOCE
6° Grau de iniciação, ou seja o 6° Ponto – YEMANJÁ
7° Grau de iniciação, ou seja o 7° Ponto – OXALÁ
São as mesmas Sete Linhas de Umbanda que aparece na obra de Leal de Souza, apenas em posições diferentes.
Pai Ronaldo Linares, que também conviveu com Zélio de Moraes, apresenta as Sete Linhas de Umbanda, fundamentado nos ensinamentos que recebeu do “Pai da Umbanda”. E afirma que “Zélio de Moraes esclareceu que destas Tendas originárias da Tenda Nossa Senhora da Piedade deveriam nascer as Sete Linhas de Umbanda e que seriam representadas por sete cores.”[1] A saber:
“A primeira linha é caracterizada pela cor amarelo ouro bem clarinho e que seria a cor da Tenda de Santa Bárbara. O Orixá correspondente é INHAÇÃ...”
“A segunda linha é caracterizada pela cor rosa, correspondente a Tenda Cosme e Damião... O Orixá correspondente é IBEJI...”
“A terceira linha é caracterizada pela cor azul. Com vários Santos Católicos sincretizados com ela, a saber: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora da Guia. O Orixá que corresponde é IEMANJÁ...”
“A quarta linha é caracterizada pela cor verde, representando a Tenda São Sebastião... O Orixá correspondente é OXOSSE...”
“A quinta linha é caracterizada pela cor vermelho, representando a Tenda São Jorge. O orixá correspondente é OGUM.”
“A sexta linha é caracterizada pela cor marrom, representando a Tenda São Jerônimo. Seu Orixá correspondente é XANGÔ...”
“A sétima linha é caracterizada pela cor violeta ou roxo, corresponde a Tenda de San’Ana... O Orixá correspondente é NANÃ...”
“Finalmente temos a cor negra, corresponde a Tenda de São Lázaro (Nas Palavras de Ronaldo Linares). É a ausência da cor e da luz da vida. Zélio de Moraes explica que as cores branco e preto não fazem parte das sete linhas, pois o branco que é a presença da luz, existe em todas elas e o negro, que é justamente a ausência da luz, está justamente na ausência delas... O Santo Católico São Lázaro é sincretizado com o Orixá ABALUAÊ ou OMULU... Este Orixá é conhecido ainda pelos nomes de XAPANÃ, ATOTÕ, e BABALÚ. ”
“O Orixá maior da Umbanda é OXALÁ... o Chefe para o qual convergem todas as linhas, assim perfeitamente identificado na invocação com Jesus Cristo.”
Pai Ronaldo Linares, pessoalmente, me falou já por diversas vezes que em conversa com Zélio de Moraes sobre as Sete Linhas de Umbanda, este teria lhe afirmado que ninguém havia entendido o que são estas Sete Linhas. E para defini-las afirmou que as mesmas podem ser entendidas em analogia com uma luz branca que ao passar por um prisma se decompõe em sete cores do outro lado. O que em nossa limitada visão se amolda perfeitamente na idéia de que Sete Linhas São Sete Vibrações da Luz Divina que se adapta ou se amolda as concepções mais variadas a cerca de nomes e formas de compreende-las; seja por meio de Cores, Anjos, Santos, Orixás ou Tronos de Deus.
Lourenço Braga, em 1942, publica o título “UMBANDA (magia branca) e QUIMBANDA (magia negra)” , apresentando pela primeira vez mais sete subdivisões para cada uma das linha. São Sete Linhas e quarenta e nove Legiões. Nas primeiras páginas ele esclarece:
“Trabalho apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo, denominado Lei de Umbanda, realizado nesta cidade do Rio de Janeiro, entre 18 e 26 de outubro de 1941”
“Instado e auxiliado pelos guias espirituais, mercê de deus, resolvi escrever o presente livro sobre a Lei de Umbanda - (Magia Branca) – e sobre a Lei de Quimbanda – (Magia Negra).”
Capitulo II
“A LEI DE UMBANDA E A LEI DA QUINBANDA”
“Não se deve dizer – “Linha de Umbanda” - , mas sim, - “Lei de Umbanda” - ; Linhas são as 7 divisões de Umbanda.”
1ª Linha de Santo ou de Oxalá – dirigida por Jesus Cristo
2ª Linha de Iemanjá – dirigida pela Virgem Maria
3ª Linha do Oriente – dirigida por São João Batista
4ª Linha de Oxóce – dirigida por São Sebastião
5ª Linha de Xangô – dirigida por São Jerônimo
6ª Linha de Ogum – dirigida por São Jorge
7ª Linha Africana ou de São Cipriano – dirigida por São Cipriano
Aqui vemos que o autor coloca suas sete linhas muito próximas das sete linhas de Leal de Souza, que será o grande modelo copiado, alterado e adaptado pela maioria dos autores posteriores. Lourenço Braga mudou a “Linha de Nha-San” por “Linha do Oriente” e definiu a “Linha de Santo” como “Linha Africana”.
Também apresenta o autor as Sete Linhas da Quimbanda:
Linha das Almas
Linha dos Caveiras
Linha de Nagô
Linha de Malei
Linha de Mossurubi
Linha dos Caboclos Quimbandeiros
Linha Mista
Em 1955 o mesmo Lourenço Braga publica “UMBANDA E QUIMBANDA – VOLUME 2”, onde ele mesmo admite que: “venho agora, embora contraditando alguma coisa do que eu já havia escrito, levantar a ponta do véu mais um pouco”, completando na outra página, “Os brasileiros crentes de UMBANDA, em virtude da mentalidade implantada pelo catolicismo, procuraram dar aos ORIXÁS, chefes das 7 linhas , nomes de entidades cultuadas na Religião Católica”... “A verdade, porém, é que os ORIXÁS SUPREMOS, Chefes dessas linhas, em correspondência com os planetas e as cores, são os 7 arcanjos, os quais, mantém, entidades evoluídas, chefiando essas linhas, obedientes às suas ordens diretas, as quais nada têm a ver com os santos do Catolicismo...”
Ficando assim:
Linha de Oxalá ou das Almas – Jesus – Jupter – Roxo
Linha de Yemanjá ou das Águas – Gabriel – Vênus – Azul
Linha do Oriente ou da Sabedoria – Rafael – Urano – Rosa
Linha de Oxoce ou dos Vegetais – Zadiel – Mercúrio – Verde
Linha de Xangô ou dos Minerais – Orifiel – Saturno – Amarelo
Linha de Ogum ou das Demandas – samael – Marte – Vermelho
Linha dos Mistérios ou Encantamentos – Anael – Netuno – Laranja
A Novidade na obra de Lourenço Braga é apresentar Sete Subdivisões para cada uma das Sete Linhas de Umbanda, veja de forma detalhada no anexo ao final do texto.
Maria Toledo Palmer autora de Chave de Umbanda, 1949, e A Nova Lei Espírita de Jesus, 1953, recebeu em 1948 ordens do astral para fundar na terra “A Nova Lei Espírita: Jesus a Chave de Umbanda”. Apresenta as Sete Linhas das Sete Leis de “Jesus, A Chave de Umbanda”:
Céu
Terra
Água
Fogo
Mata
Mar
Almas
Oliveira Magno autor dos livros Umbanda Esotérica e Iniciática, 1950, e Umbanda e Ocultismo, 1952, reconhece Leal de Souza como o primeiro autor de Umbanda, apresenta por sua vez as Sete linhas de Umbanda desta forma:
Oxalá,
Iemanjá,
Ogum,
Oxosse,
Xangô,
Oxum e
Omulu
Observe que com relação as linhas de Leal de Souza, trocou apenas Nha-San por Oxum e Linha das Almas por Omulu.
Aluizio Fontenele, 1951, adotou ao pé da letra as sete linhas de Lourenço Braga, sua inovação foi a de associar os nomes de Exus aos nomes dos “demônios” da Magia Negativa (“Magia Negra” ou Goécia) Européia. Começando um processo de demonização interna dos Exus de Umbanda.
Yokaanam publica em 1951º Evangelho de Umbanda obra polêmica, apresenta as Sete Linhas de Lourenço Braga e critica dizendo: “Eis o que os africanistas apresentam como ‘UMBANDA’! Mera confusão!”. Apresenta 7 Legiões que tem como patronos 7 “Orixalás”. Acima delas está o Paraninfo ou Patrono de Honra: Jesus – “Oxalá” e abaixo como segue:
1ª S. João Batista – “Xangô-Kaô” (Xangô maior), Rosa.
2ª Santa Catarina de Alexandria – “Yanci”, Azul.
3ª Custódio – Cosme e Damião – “Ibejês”, Branco.
4ª S. Sebastião – “Oxóce”, Verde.
5ª S. Jorge – “Ogum”, Vermelho Escarlate.
6ª S. Jerônimo – “Xangô”, Roxo Violeta.
7ª S. Lázaro – “Ogum de Lei”
O autor faz algumas observações, afirma que a Legião de Santa Catarina – “Yanci” – era antes de N.S. da Conceição – “Yemanjá” que passou o comando para sua “legitima substituta”. Também observa que S.Lázaro de modo algum pode ser confundido com “Omulu”, que na opinião dele é “rei da destruição, caveira, espírito do cemitério”.
Para cada uma destas “Legiões” o autor apresenta seus correspondentes “Chefes de Falange” (Orixás), Guias-Chefes (Pequenos Orixás – Chefes de Divisões), Guias (Chefes de Grupos) e Guias Individuais.
Por Exemplo:
Legião de São Jorge – “Ogum” – (Patrono)
Chefes de Falanges – “Orixás” - : Caboclo Águia Branca – Ogum Mearim – Ogum Guerreiro – Ogum da Cruzada – Ogum Rei – Ogum do Oriente – Ogum do Mar – Ogum da Estrela – Ogum Menor – Ogum Mensageiro – Ogum do Hymalaia – Ogum do Deserto – Ogum da Campina – etc.
Guias Chefes: Ogum Rompe Mato – Sete Flexas – Caboclo Pena Vermelha – Caboclo Ipê – Caboclo Araxá – Caboclo Nanzan – Caboclo Pena Branca – Caboclo Mirim – Ogum da Lua – Ogum Megê – Ogum da Mata – Ogum Yara – Ogum Beira Mar – Ogum da Montanha – Ogum Sete Cachoeiras – Ogum Cavaleiro – Ogum do Congo – Ogum da Lagoa – Ogum da Angola – etc.
Guias: Caboclo Miramar – Caboclo Sete Caminhos – Caboclo Gurupí – Caboclo Vigilante – Caboclo da Lua – Caboclo Flexa de Ouro – Caboclo das Sete Espadas – Caboclo Tietê – Caboclo Araçá – Caboclo Rio Negro – Caboclo Tupiniquim – Caboclo Tupiára – Caboclo Tocantíns – Caboclo Solimões – Caboclo Araraquara – Caboclo Pirajá – Caboclo Paraguaçu – Caboclo Jaguaribe – etc.
Florisbela M. Souza Franco autora de dois títulos conhecidos, UMBANDA, 1953 e Umbanda para os Médiuns, 1958. No primeiro apresenta as Sete Linhas de Umbanda abaixo:
Linha de Santo
Linhas do Mar
Linha Oriental
Linha de Oxosse
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha Africana
Benjamim Figueiredo, fundador da Tenda Espírita Mirim, 1924, e Primado de Umbanda 1952. Apresentou sua forma de entender as Sete Linhas de Umbanda, inspirada pelo Caboclo Mirim, registrado em suas apostilas “Umbanda – Escola da Vida” bem como publicada em 1961 no livro Okê Caboclo, como segue abaixo:
Oxalá,
Ogum,
Oxosssi,
Xangô,
Ybeji,
Yofá e
Yemanjá.
W. W. da Matta e Silva, em 1956 publica seu primeiro titulo “Umbanda de Todos Nós”, onde apresenta sua versão para as Sete Linhas de Umbanda, acredita-se que Da Mata tenha sido profundamente influenciado pelos estudos Esotéricos realizados na Tenda Espirita Mirim, no Primado de Umbanda e dos demais grupos em que Benjamim também freqüentou. Da Matta faz surgir em sua obra os conceitos de AUMBANDÃ, apresentados pela Tenda Mirim no Primeiro Congresso de Umbanda, 1941, e traz as Sete Linhas de Umbanda iguais as do Benjamim/Caboclo Mirim, com o detalhe de que aqui Ybeji aparece como Yori e Yofá como Yorimá:
1ª Vibração Original ou Linha de Orixalá
2ª Vibração Original ou Linha de Yemanjá
3ª Vibração Original ou Linha de Xangô
4ª Vibração Original ou Linha de Ogum
5ª Vibração Original ou Linha de Oxossi
6ª Vibração Original ou Linha de Yori
7ª Vibração Original ou Linha de Yorimá
Embora guarde semelhanças o autor critica as Sete Linhas de Lourenço Braga, assim como Yokaanam. Este autor não costumava citar suas fontes de forma adequada, como boa parte dos demais autores umbandistas, como observamos na teoria do AUMBANDÃ.
Em suas Sete Linhas, Matta e Silva, a exemplo de Lourenço Braga apresenta sete subdivisões para cada linha e rebaixa Oxum, Iansã e Nanã Buroque ao grau de Caboclas de Yemanjá, o que já havia sido feito, em parte por Lourenço Braga.
Rubens Saraceni apresenta as Sete Linhas de Umbanda como “As Sete Vibrações de Deus”, afirmando que:
“Deus se manifesta de forma Sétupla nesta realidade humana.”
“As Sete Linhas têm origem em Deus através do Setenário Sagrado.”
“Cada um pode dar o nome que quiser, associar as Sete Linhas a Sete Orixás, Sete Santos ou a Sete Anjos, cada um fala de uma forma diferente, o que ninguém pode negar é que as Sete Linhas de Umbanda são as Sete Vibrações de Deus, que se manifesta em Sete Essências, Sete Elementos e em tudo o mais que Deus Criou.”
Explica que existem muitos Orixás, todos podem ser identificados ou associados às Linhas de Umbanda, no entanto a Criação Divina se estabelece por meio de uma Coroa Divina em que Sete Tronos Originais se manifestam através de Quatorze Tronos que se agrupam em Sete Masculinos e Sete Femininos correspondentes a Quatorze Orixás, dentro das Sete Vibrações, Essências, Sentidos e Elementos correspondentes:
1ª Linha, Sentido da Fé e Elemento Cristalino: Orixás Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo)
2ª Linha, Sentido do Amor e Elemento Mineral: Orixás Oxum e Oxumaré
3ª Linha, Sentido do Conhecimento e Elemento Vegetal: Orixás Oxossi e Obá
4ª Linha, Sentido da Justiça e Elemento Fogo: Orixás Xangô e Iansã
5ª Linha, Sentido da Lei e Elemento Ar: Orixás Ogum e Egunitá
6ª Linha, Sentido da Evolução e Elemento Terra: Orixás Obaluayê e Nanã Buroquê
7ª Linha, Sentido da Geração e Elemento Água: Orixás Yemanjá e Omulú
Há ainda outros Orixás que mesmo que não estejam aqui se agrupam da mesma forma. Por exemplo, junto de Oxossi estão os outros Orixás Vegetais como Ossaim, Aroni e Logunedé. Junto de Omulu está Iku (a morte). Junto de Oxalá está Oxaguiã, Oxalufã, Obatalá, Orumilá-Ifá e etc.
Cada Orixá Maior comanda 7 Orixás Intermediários e cada um destes comandam mais 7 Intermediadores ou regentes de nível, abaixo destes estão todos os outros Orixás Naturais, Encantados e Caboclos que se manifestam na vibração deste ou daquele Orixá.
Ao expor este estudo, histórico e literário, dos conceitos, apresentados por autores umbandistas, sobre as “Sete Linhas de Umbanda”, tenho como objetivo, única e exclusivamente, oferecer material para o estudo e / ou observação do que já se falou sobre o assunto.
Através deste estudo podemos comprovar as diferentes formas em que as Sete Linhas de Umbanda vem sendo apresentada desde sua origem, os livros das décadas de 40 e 50 são pouco acessíveis. Encontramos entre os autores deste período, pessoas que se dedicaram e muito na intenção de entender e abordar os conceitos teológicos, doutrinários e ritualísticos da Religião de Umbanda, mesmo sem uma bibliografia sólida.
Não tenho como objetivo apontar este ou aquele autor em graus de acerto ou erro, mas apenas mostrar o que alguns autores pensaram sobre 7 Linhas da Umbanda.
Aos que tiveram a paciência de ler até aqui, agradeço e parabenizo pelo interesse em entender um pouco mais sobre a Religião de Umbanda, Alexandre Cumino.
Anexo:
As Sete Linhas de Umbanda de Lourenço Braga.
O autor Lourenço Braga é o primeiro a identificar, além das Sete Linhas, também, as “Legiões” ou subdivisões de cada uma das Sete Linhas. Embora Leal de Souza já tive-se comentado que as linhas tinham subdivisões não as identificava. Leal de Souza também citava Entidades Orientais, mas não identificava como “Linha do Oriente”, o que será um diferencial na forma de interpretar as Sete Linhas, na visão de Lourenço Braga.
Título Umbanda e Quimbanda - 1942
Na página 9 deste livro encontramos:
Capitulo I
DIVISÃO DO ESPIRITISMO
“Devemos dividir o Espiritismo, como ele é, na verdade, em três partes, a saber:
Lei de Kardec:
_ Espiritismo doutrinário, filosófico e científico.
Lei de Umbanda:
_ Espiritismo – Magia Branca.
Lei de Quimbanda:
Espiritismo _ Magia Negra.”
Faz ainda uma observação no:
A LINHA DE SANTO OU DE OXALÁ
A linha de Santo ou de Oxalá é constituída por espíritos de várias raças terrenas, entre eles, os pretos de Minas, pretos da Bahia, padres, frades, freiras e espíritos que, quando na Terra, tiveram grande sentimento católico.
Os chefes das Legiões e das grandes falanges são espíritos conhecidos no catolicismo com o nome de Santos, tais como sejam:
1. Legião de Santo Antônio
2. Legião de São Cosme e São Damião
3. Legião de Santa Rita
4. Legião de Santa Catarina
5. Legião de Santo Expedito
6. Legião de São Benedito
7. Legião de Simirômba (Frade) São Francisco de Assis
As falanges grandes e pequenas de espíritos desta Linha, infiltram-se entre as Linhas da Lei de Quimbanda com o propósito de diminuir a intensidade do mal por eles praticado e hàbilmente arrastá-los para a prática do bem e por este motivo, verificamos muitas vezes, nos trabalhos de Magia Branca aparecerem elementos ou falanges da Magia Negra e vice-versa.
A LINHA DE IEMANJÁ
A Linha de Iemanjá chefiada por Santa Maria, mãe de Jesus Cristo, é constituída da seguinte forma:
1. Legião das Sereias – Chefe Axún ou Oxún
2. Legião das Ondinas – Chefe Naná ou Nana Burucú
3. Legião das Caboclas do Mar – Chefe Indaiá
4. Legião das Caboclas dos Rios – Chefe Iara
5. Legião dos Marinheiros – Chefe Tarimá
6. Legião dos Calunguinhas – Chefe Calunguinha
7. Legião da Estrela Guia – Chefe Maria Madalena
A missão dessas falanges é proteger os marinheiros, fazer as lavagens fluidificas dos diferentes ambientes, de encaminhar no espaço os irmãos que desejarem progredir, amparar na Terra, em geral, as criaturas do sexo feminino e de desmanchar os trabalhos da Magia Negra feitos no mar ou nos rios e de fazer trabalhos para o bem, em prol daqueles que de tal necessitarem.
A LINHA DO ORIENTE
A Linha do Oriente que é chefiada por São João Batista, é constituída pelas seguintes Legiões:
1. Legião dos Indús – Chefiada por Zartú
2. Legião de Médicos e Cientistas – Chefiada por José de Arimatéia e bafejada pelo Arcanjo Rafael
3. Legião de Árabes e Marroquinos – Chefiada por Jimbaruê
4. Legião de Japoneses, Chineses – Chefiada por Ori do Oriente
5. Legião dos Egipcianos, Aztecas, Mongóis e Esquimós, Incas e outras raças antigas – Chefiadas por Inhoarairi, Imperador Inca antes de Cristo
6. Legião dos Índios Caraíbas – Chefiadas por Itaraiaci
7. Legião dos Gauleses, Romanos e outras raças européias – Chefiada por Marcus I – Imperador Romano.
São falanges de caridade; são incumbidas de desvendar aos habitantes da Terra coisas para eles desconhecidas; são os grandes mestres do ocultismo (Esoterismo – Cartomancia – Quiromancia – Astrologia – Numerologia – Grafologia – etc.) – Magia Mental e Alta Magia.
A LINHA DE OXÓCE
A Linha de Oxóce, chefiada por São Sebastião, é constituída por legiões de espíritos com a forma de caboclos e assim temos:
1. Legião de Urubatão
2. Legião de Araribóia
3. Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas
4. Legião dos Peles Vermelhas – Águia Branca
5. Legião dos Tamoios – Grajaúna
6. Legião da Cabocla Jurema
7. Legião dos Guaranis – Araúna.
São falanges de caridade, doutrinam os irmãos sofredores, desmancham trabalhos de magia Negra, fazem curas, aplicam a medicina hervanária, dão passes, etc.
A LINHA DE XANGÔ
A Linha de Xangô, São Jerônimo, por ele mesmo chefiada, é a Linha da Justiça. Esta Linha é composta das seguintes Legiões:
1. Legião de Inhasã
2. Legião do Caboclo do Sol e da Lua
3. Legião do Caboclo da Pedra Branca
4. Legião do Caboclo do Vento
5. Legião do Caboclo das Cachoeiras
6. Legião do Caboclo Treme-Terra
7. Legião dos Pretos – Quenguelê.
É o povo da caridade e da justiça, dá a quem merece, pune com justiça, ampara os humildes, eleva os humilhados, desmancha trabalhos fortes de Magia Negra, etc.
LINHA DE OGUM
A Linha de Ogum, São Jorge, é dividida em sete Legiões, cujos chefes têm o nome de Ogum, seguido de um sobre nome especial; assim temos:
1. Ogum Beira-Mar
2. Ogum Rompe-Mato
3. Ogum Iara
4. Ogum Megê
5. Ogum Naruê
6. Ogum de Malei
7. Ogum de Nagô
Esta é a Linha dos grandes trabalhos de demanda, exerce grande predomínio sobre os quimbandeiros e age em vários setores, conforme o nome deles indica. Ogum Beira-Mar nas praias; Ogum Iara nos Rios; Ogum Rompe-Mato nas matas; Ogum Megê, sobre a Linha das Almas; Ogum de Malei, sobre a Linha de malei, - povo de Erú (Exu?); Ogum de Nagô, sôbre a Linha de Nagô – povo de Ganga.
LINHA AFRICANA OU DE SÃO CIPRIANO
Linha Africana da Lei de Umbanda é composta de espíritos de pretos de várias raças, como sejam:
1. Legião do Povo da Costa – Pai Cabida (Cabinda?)
2. Legião do Povo do Congo – Rei do Congo
3. Legião do Povo de Angola – Pai José
4. Legião do Povo de Benguela – Pai Benguela
5. Legião de Moçambique – Pai Jerônimo
6. Legião do Povo de Loanda – Pai Francisco
7. Legião do Povo de Guiné – Zun-Guiné
São os grandes feiticeiros de Umbanda, fazem importantes trabalhos de Magia, usando todos os rituais, porém com o fito de fazer o bem. Os componentes dessa falange infiltram-se com grande facilidade entre os quimbandeiros, causando muitas vezes confusão aos filhos da Terra.
Os espíritos desta Linha gostam muito de conversar com os filhos da Terra e nessas ocasiões costumam dizer Umbanda tem fundamento e fundamento de Umbanda tem Mironga.
Neste mesmo Livro, “Umbanda e Quimbanda”, Lourenço Braga define a “LEI DE QUIMBANDA E AS SUAS SETE LINHAS”.
O próprio Lourenço Braga fez alterações em suas Sete Linhas ao longo do tempo, ao que podemos concluir que nem Lourenço Braga concorda com Lourenço Braga, quando comparamos “Umbanda e Quimbanda” Volume 1 com o Volume 2. Abaixo algumas novidades que aparecem no volume 2:
“O Sol exerce influencia sobre os 7 planetas e a lua recebe influencia dos 7 planetas”
Cita ainda o autor que: “A Linha de Oxalá ou das Almas, chefiada indiretamente por São Miguel e diretamente por Jesus, possue 7 Legiões chefiadas por um Anjo (Lilazio)” onde surgem 7 anjos identificados por cores, atuando junto dos chefes de cada linha, a saber:
1. Jesus – Anjo Lilazio – Luz roxo claro brilhante
2. Gabriel – Anjo Luzanil – Luz azul claro brilhante
3. Rafael – Anjo Rosânio – Luz rosa claro brilhante
4. Zadiel – Anjo Ismera – Luz verde claro brilhantel
5. Orifiel – Anjo Auridio – Luz ouro claro brilhante
6. Samael – Anjo Rubrion – Luz vermelho claro brilhante
7. Anael – Anjo Ilirium – Luz branca brilhante
Agora a Linha de Oxalá se subdivide em 7 Legiões de Anjos conforme abaixo está:
1. Legião do Anjo Efrohim – na Ásia
2. Legião do Anjo Eleusim – na Índia
3. Legião do Anjo Ibrahim – na África
4. Legião do Anjo Ezekiel – na Europa
5. Legião do Anjo Ismaiel – no Brasil
6. Legião do Anjo Zumalah – na Quimbanda
quarta-feira, 2 de março de 2011
Logunan – O Trono Feminino da Fé
Por Alexandre Cumino
Logunan / Oyá-Tempo, Éos, Moiras, Andrômeda, Horas, Nornes, Rodjenice, Tara, Nut, Shait, Arianhod, Aya, Tamar, Mora, Menat, Tanith, Nicnevin, Comentário.
Oyá-Tempo — Divindade de Umbanda, é o Trono Feminino da Fé, absorve a fé em desequilíbrio, de forma ativa, reconduzindo o ser a caminho de seu equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita desta qualidade divina com más intenções.
Fator cristalizador e temporal é o próprio espaço-tempo onde tudo se manifesta. Lembrando que nossa relação de espaço-tempo depende totalmente da movimentação dos astros no espaço, da onde vêm conceitos como dia e noite juntamente com nosso senso cronológico. Dizemos que é uma divindade atemporal, pois é em si o próprio tempo não estando sujeita a ele, mas regendo seu sincronismo.
Elemento cristalino. Religiosamente goza de posição de destaque, pois rege a própria religiosidade no ser.
Sua cor é o branco e o preto, que é a presença de todas as cores ou a ausência de todas (em seu aspecto de absorção e esgotamento da religiosidade desvirtuada e dos excessos cometidos em nome da fé). Simbolizada pela espiral do tempo, se manifesta em todos os locais, assim como Oxalá com o qual faz um par nesta linha da fé. Cor: Branco e preto ou fumê. Pedra: Quartzo fumê rutilado.
Éos — Divindade grega, conhecida entre os romanos como Aurora, filha de Hipérion com Teia. Irmã de Hélio (o Sol) e Selene (a Lua). Era sua tarefa abrir todas as manhãs os portões do céu para deixar sair a carruagem do Sol. Teve muitas uniões e muitos filhos, entre os quais podemos citar os Ventos e os Astros.
Moiras — Divindades gregas, conhecidas como Parcas entre os romanos. São três irmãs, responsáveis pelo tempo e por tecer os fios de nosso destino. Aparecem humanizadas como anciãs encantadas. Seus nomes são Lachesis, Cloto e Átropos. Filhas de Nyx, a Noite, são elas que tecem os fios de nossa vida e destino. Cloto, “a tecelã”, tecia o fio da vida; Lachesis, “a medidora”, media o comprimento certo de cada fio, e Átropos, “a inevitável”, o cortava com sua tesoura.
Andrômeda — Divindade grega das estrelas e planetas, vista como sendo a própria constelação que leva o seu nome.
Horas — Divindades gregas, originariamente a palavra Hora era utilizada para determinar as estações do ano que se dividia apenas em três, Primavera, Verão e Inverno. São filhas de Zeus e Têmis, Eunomia (a Boa Ordem), Dicéa (a Justiça) e Irene (a Paz). Quando surge o conceito de Outono e Solstício de Inverno, duas novas horas aparecem na mitologia, Carpo e Talate, guardiãs dos frutos e flores. Quando os gregos dividiram os dias em 12 partes iguais, os poetas identificaram 12 horas, chamadas “As 12 Irmãs”. Contando-se primavera, verão, outono e inverno as horas aparecem com idades diferentes, nesta ordem, da jovem e ingênua adolescente até a madura e sábia anciã.
Nornes — Divindades nórdicas do tempo e do destino se dividem em Urdhr, a avó anciã (passado), Verdanti, a mãe matrona (presente) e Skuld, a jovem (futuro).
Rodjenice — Divindades eslavas do destino, eram três mulheres que teciam os fios da vida assim como as parcas gregas e nornes nórdicas, eram oferecidas a elas as primeiras porções de comida das comemorações batismais, assim como a placenta do bebê, enterrada ao lado de uma árvore. Eram conhecidas por Rodjenice, Sudnice e Sudjenice ou Fatit, Ore e Urme.
Tara — Divindade hindu, regente do céu e das estrelas, senhora do tempo.
Nut — Divindade egípcia, Divindade do céu, seu corpo forma a abóboda celeste, aparece curvada como um arco sobre a Terra. Nut é o próprio céu, o espaço onde tudo acontece. Representada por uma vaca, também tem a função de recolher os mortos em seu império.
Shait — Divindade egípcia do destino, acompanhava toda a encarnação de cada um anotando seus vícios e virtudes. Ela é quem dava a sentença final após a alma passar pela balança de Maat.
Arianrhod — Divindade celta, guardiã da “roda de prata” que circunda as estrelas, símbolo do tempo e do carma. Deusa da reencarnação tem como símbolo a própria espiral do tempo.
Divindade dos ancestrais celtas vive em sua própria dimensão com suas sacerdotisas. Decide o destino dos mortos levando-os para sua morada ou para a Lua. Aparece no Mabinogion, uma coleção de relatos escritos entre o século XI e XIII d.C., como filha de Don e mãe dos gêmeos Lleu Llow Gyffes e Dylan.
Aya — Divindade babilônica, “Aurora”, esposa do deus-sol babilônico Shamash.
Tamar — Antiga Divindade russa, do tempo, que habitava no céu, de onde regia as estações do ano. Aparece como a virgem que viaja pelo céu montada em uma serpente dourada. Tamar é quem aprisionava o Senhor dos ventos no Verão para soltar no Inverno, para que trouxesse a neve.
Mora — Divindade eslava do tempo e do destino. Aparece como divindade branca e alta para dar a vida, e como negra, olhos de serpente e patas de cavalo para ceifar a vida.
Menat — Antiga Divindade árabe que teve seu culto abolido por Maomé e o Islã. Essa divindade representa a força do destino, senhora do tempo e da morte, aparece sob a forma de anciã.
Tanith — Divindade cartaginense, regente do céu. Aparece com asas tendo o Zodíaco a lhe envolver a cabeça. Usa um vestido repleto de estrelas trazendo em suas mãos o Sol e a Lua.
Nicnevin — Divindade escocesa que rodopia o céu durante a noite para conduzir as almas em sua passagem.
Comentário: O Trono Feminino da Fé, Oyá-Tempo, encontrado em várias culturas, nos mostra uma divindade que, não estando sujeita ao tempo, torna-se atemporal. Passa a regular tudo o que se refere a estações do ano e clima, também mostrando-se presente como o espaço onde tudo acontece, a abóbada celeste, pois a relação espaço-tempo também depende dela. Na Umbanda, pode ser sincretizada com Santa Clara, sempre evocada para resolver as questões relacionadas ao clima e ao tempo, pela maioria das pessoas.
Fonte: Deus, Deuses, Divindades e Anjos. Alexandre Cumino. Editora Madras
terça-feira, 1 de março de 2011
Oxalá – O Trono Masculino da Fé
www.iledeaganju.com/images/oxala2.jpgPor Alexandre Cumino
Oxalá, Apolo ou Febo, Hélios, Brahma, Suria, Varuna, Rá, Khnum, Baldur ou Balder, Brán, Anu, Nusku, Utu, Shemesh, Dagda, Inti, Kinich Ahau, Comentário.
Oxalá — Divindade de Umbanda é o Trono Masculino da Fé, irradia a fé o tempo todo de forma passiva, não forçando ninguém a vivenciá-la, universal, sustenta a todos que têm fé.
Fator magnetizador e congregador, está na base da criação, sem Fé não existe os outros atributos dos demais tronos e sem magnetismo nada existiria em nosso planeta. Este é o trono principal, regente de nosso planeta. As Divindades que representam esse trono costumam estar no topo do panteão ou serem identificadas com o Sol que a tudo sustém.
Elemento cristalino, representa a pureza, está em todos os lugares, religiosamente goza de posição de destaque, pois sem fé não há religião. Sua cor é o branco, que tem em si todas as cores. Tem como símbolo a pomba branca da paz e podemos ainda simbolizá-lo com a cruz da fé ou a estrela de cinco pontas, que desperta a magia da fé no ser humano. Seu ponto de força na natureza é qualquer lugar onde se possa sentir a paz do trono da fé, dando preferência muitas vezes a mirantes, campos abertos e bosques. Pedra: Quartzo cristalino.
Apolo ou Febo — Divindade grega, filho de Zeus com Leto; é o Deus da Luz Solar, da música, artes e medicina. Senhor do Oráculo de Delfos. Divindade radiante, sempre moço e belo. Traz pureza, tranqüilidade e espiritualidade.
Hélios — Divindade grega, irmão de Éos; era o próprio sol, representado como um jovem com raios de luz saindo da cabeça. É considerado também aquele que ilumina e traz a iluminação, a Luz.
Brahma — É a primeira pessoa da trindade hindu (Brahma, Vishnu e Shiva). É o primeiro criado; criador, incriado, do Universo. Costuma se manifestar com quatro cabeças simbolizando os quatro vedas (“conhecimento”), livros sagrados para os hindus, quatro yugas (eras, ciclos de tempo e realidade pela qual passa a humanidade, atualmente estamos na Kali-yuga, a era da destruição), quatro castas (classes sociais hindu). Tendo quatro braços segura em cada uma das mãos uma “mala” (colar de oração hindu, simbolizando a tranqüilidade da mente), uma colher e ervas (simbolizando os rituais), o Kamandalu (pote com água, simbolizando a renúncia) e os vedas (simbolizando o conhecimento). A mão que segura o “mala” faz um sinal, “abhaya mudrá”, que representa o afastamento do medo. Aparece de olhos fechados em meditação o que demonstra suas qualidades de paz e harmonia. Sua consorte, Sarasvati, o Conhecimento, manifestou-se a partir dele. Dessa união surgiu toda a criação.
Suria — Divindade hindu, Deus Sol; é a alma suprema dos vedas e deve ser adorado por todos os que desejam a libertação da ignorância.
Varuna — Divindade hindu, provém da raiz verbal “vr” (“cobrir, circundar”), circunda o Universo e tem como atributo a soberania, através do Sol ele controla tudo, e desta maneira fez três mundos, habitando em todos eles: céu, terra e o espaço intermediário de ar onde o vento é sopro de varuna. Sua morada é o Zênite, mansão de mil portas, onde fica sentado e a tudo observa; à sua volta ficam seus informantes que inspecionam o mundo e não se deixam enganar. Seu poder é ilimitado assim como seu conhecimento; inspeciona todo o mundo, sendo senhor das leis morais. Varuna já foi um Deus Único e Celeste, perante a criação, com o tempo tornou-se Divindade das águas, rios e oceanos.
Rá — Divindade egípcia; é o princípio da Luz, simbolizado pelo Sol; ele é mais do que o próprio. É ele quem penetra no disco solar e lhe confere a luz. Adorado como uma das maiores Divindades egípcias e muitas vezes associado ao nome do Ser Supremo para lhe conferir este status, como Atun-Rá ou Amon-Rá.
Khnum — Deus local do Alto Egito; era um Deus simbolizado com cabeça de carneiro. Tinha aspectos de criador, possuidor de um torno de oleiro, onde modelara o corpo de todos os homens.
Baldur ou Balder — “Distribuidor de todo o bem”. Divindade Nórdica, masculina, filho de Odim com a Deusa Mãe Frigg. Conhecido como Deus Sol, o todo radiante, de beleza incomparável. É conhecido como a deidade boa, pura e carismática. Deus pacífico. Conhecido ainda como “o bem-amado”, “o santo”, “o único sem pecado”. “Deus da bondade”, foi morto por obra de Loki. Frigga, sua mãe, pediu a todos, e a tudo, que jurassem não prejudicar o “deus radiante”, mas esqueceu-se do “frágil ramo de agárico”. Deste ramo, Loki fez um dardo e colocou na mão do cego Hoder, enquanto todos os deuses se divertiam tentando ferir Baldur com pedras e sem sucesso pelo juramento. Orientado por Loki, Hoder atira o dardo que mata Baldur. É dito que, quando um mundo novo e mais puro surgir, ele renascerá.
Brán — Divindade celta. “O abençoado”. Brán é muito cultuado no País de Gales; é considerado o Deus da profecia, das artes, dos líderes, da guerra, do Sol e da música.
Anu — Divindade sumeriana. O pai das Divindades, destronado por Enlil. É o próprio céu, Divindade do firmamento estrelado. O que reina na esfera superior. Adorado por sumérios, acádios e assírio-babilônicos, como sendo a divindade maior, por vezes visto como o Deus Supremo. Senhor dos anjos e dos demônios, de todas as potências inferiores e superiores. Adorado como deus em Uruk.
Nusku — Divindade sumeriana. Deus da luz, adorado ao lado do Deus da Lua em Harran e Neirab. Vizir de Anu e de Ellil. Tem como símbolo uma Lâmpada.
Utu — Divindade sumeriana. Deus Sol sumério. Traz o título de “meu sol” como “majestade”, como eram chamados os reis e deuses chefes de panteão.
Shemesh — Divindade hebraica. Aparece com raios flamejantes saindo de seus ombros, saltando sobre montanhas com uma espada flamejante de serra nas mãos e tiara de fogo na cabeça, também simboliza o Sol. É a mesma divindade arábica Shams.
Dagda — Divindade celta que aparece como o grande pai de todos, chamado de “o bom deus”. O poder de dagda aparece como um sopro que torna os agraciados em grandes trovadores.
Inti — Divindade inca do Sol também chamado de “Servo de Viracocha”. Protetor da casa real onde o Imperador era chamado de “filho de Inti”. É o grande doador da vida e da luz, Divindade popular mais importante com seu culto estabelecido em vários templos.
Kinich Ahau — Divindade maia do Sol, muito ligado ao Deus Criador Itzamná.
Comentário: O Trono Masculino da Fé, Oxalá, é facilmente encontrado nas várias culturas, por ser comumente representado como o Sol ou como a divindade que participou da criação, pois é a base da mesma. Sem o sentido da Fé nada existe religiosamente e sem o fator magnetizador nada existe na criação, onde tudo se sustenta por vibração magnética. Logo se torna sempre uma Divindade importante e benevolente. Na Umbanda, foi sincretizado com Jesus Cristo, expoente máximo da fé Católica.
Fonte: Deus, Deuses, Divindades e Anjos. Alexandre Cumino. Editora Madras www.madras.com.br
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